sábado, 16 de fevereiro de 2013

A infalibilidade papal


O Catolicismo defende que o Papa é infalível, incapaz de errar, quando ensina uma doutrina de fé ou moral à igreja universal, em seu exclusivo ofício de cabeça suprema. Quando o Papa declara sua autoridade oficial em questões de fé e moral, para toda a Igreja, o Espírito Santo o livra do erro. 

A infalibilidade não significa que o Papa não pode cometer nenhum erro. Ele não é infalível em questões científicas, históricas, políticas, filosóficas, geográficas ou outras quaisquer - somente em fé e moral. Isto se resume em confiança. Os católicos creem que o Espírito Santo os protege de serem ensinados ou forçados a crer em doutrinas errôneas, evitando que o Papa os emita. Embora isto seja tão sutil como fazê-lo mudar de ideia, por Deus castigá-lo, os católicos creem piamente que Deus os ama e ama a verdade tanto que interviria e evitaria um Papa de impor uma instrução falsa sobre toda a Igreja. Isto não significa que, pessoal e individualmente, o Papa seja livre de todo erro. Ele pode, privadamente, estar errado, contanto que não tente impor ou ensinar tal erro à Igreja universal (em todo o mundo), pois o Espírito Santo iria impedi-lo de alguma maneira. 

Então, o que significa infalibilidade?

Infalibilidade é largamente incompreendida. Ela não é a mesma coisa que a crença católica da inspiração ou impecabilidade. 

Inspiração é um dom especial do Espírito Santo, que Ele deu aos autores sagrados, aqueles que escreveram as Escrituras Sagradas (a Bíblia), para que somente as coisas que Deus quisesse fossem escritas - nem mais nem menos. Então, o Papa não é inspirado, mas Mateus, Marcos, Lucas e João foram, quando escreveram seus Evangelhos. 

Impecabilidade é a ausência e incapacidade de cometer pecados. Somente Jesus Cristo, sendo o filho de Deus, e sua abençoada mãe possuíam a impecabilidade, então eles eram incapazes de cometer pecados. Isto, por acaso, é visível no caso do primeiro Papa, São Pedro, quando negou Cristo três vezes antes da crucificação (Mateus 26:69-75). 

Tudo o que os autores sagrados escreveram na Bíblia é inspirado, mas nem tudo o que os Papas dizem ou escrevem é infalível. Infalibilidade significa que, se o Papa tenta ensinar uma falsa doutrina, fé ou moral, o Espírito Santo o impede (até mesmo pela morte) de impor tal erro aos fiéis. Então, por exemplo, nenhum Papa pode declarar: "De hoje em diante, o número dos Mandamentos é nove, em vez de dez." Ele também não pode declarar que "Jesus não foi um homem" ou que "Jesus não era o filho de Deus." 

Infalibilidade também não significa perfeito. Declarações infalíveis não são declarações perfeitas, então podem ser melhoradas de forma que os próximos Papas possam usar linguagem melhor e mais precisa. Ainda, declarações infalíveis não podem jamais ser contraditas, rejeitadas ou refutadas. 


Então, de acordo com o catolicismo, um papa imoral (você encontrará diversos na história da igreja) pode pecar como qualquer outro homem e ira responder a Deus por seus maus atos. Entretanto, como a cabeça suprema da igreja, o Papa possui infalibilidade em assuntos de fé moral enquanto for Papa. 

Nenhum Papa, em 2000 anos, ensinou oficial e formalmente um erro a respeito da fé e moral à Igreja. Individualmente, alguns podem ter sido teólogos ou filósofos pobres e inadequados, e alguns podem ter tido ideias errôneas sobre ciência. Isto não tem nada a ver com a infalibilidade papal, mas talvez com o principal objetivo de preservar a integridade da fé católica em todos os membros, de todos os tempos e lugares. 

O Papa pode exercer sua infalibilidade de duas maneias. Uma é chamada de Magistério Extraordinário e outro é chamado de Magistério Ordinário (vamos falar sobre ambos em uma outra postagem). A palavra magistério vem da palavra latina magister, que significa professor; então o Magistério é a autoridade de ensino da Igreja, que reside única e somente no Papa e seus bispos em todo o mundo. 

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