segunda-feira, 29 de julho de 2013

Católicos e protestantes - o que dizem as estatísticas?

Nos dias em que o Rio de Janeiro sediou a 28ª Jornada Mundial da Juventude, reunindo um público de aproximadamente 3,5 milhões de jovens católicos, a mídia tem focado nos números que separam fiéis católicos e protestantes - que são adeptos ao cristianismo, mas que seguem doutrinas diferentes. Mas as perguntas que ficam: como devemos analisar essa situação? Existe mesmo uma queda acentuada de fiéis da Igreja Católica? É o que nós vamos buscar entender agora. 

Como pode o protestantismo estar crescendo no Brasil se eles todos são divididos entre si? 

A igreja Universal do Reino de Deus não  segue a mesma doutrina proposta pela Assembléia de Deus; A Congregação Cristã do Brasil é contra alguns ensinamentos da igreja Adventista; Já a igreja Adventista não aceita a doutrina pregada pelos Testemunhas de Jeová, que por sua vez são contra as doutrinas da igreja Batista, e assim por diante...  


Como pode o protestantismo estar crescendo se não existe unidade entre os protestantes? 

Vejam bem, muitas pessoas já ouviram de algum pregador protestante a famosa expressão: “Nós somos o povo de DEUS e representamos 30% da população brasileira”. 

Primeiro - não são 30%. São 22% segundo estatísticas de pesquisas recentes realizadas pelo Datafolha e Ibope, sendo que 6.000.000, aproximadamente, integram o grupo dos “sem igreja” (que não seguem fielmente uma doutrina específica), e neste caso os 22% chegam a representar algo em torno dos 19%. De 30% anunciados pelos pregadores televisivos para 19% existe uma diferença bem grande. 

Segundo - tais pregadores que falam do “Povo de DEUS” não possuem condições de avaliar o que cada fiel, em cada denominação, crê e pratica. Como assim? Ora, nos GARANTE que todos os protestantes SÃO PRATICANTES? Estamos falando de centenas de denominações protestantes.

Terceiro - neste suposto “Povo de DEUS” estão incluídos aqueles que são acusados de heresias por outros pregadores. 

Sim. Não há um pregador que não acuse outros pregadores de heresias e não há um pregador que não tenha sido chamado de herege por outros pregadores protestantes. 


Vale lembrar que na década passada, Edir Macedo, Valdemiro Santiago, Silas Malafaia e RR Soares defendiam o mesmo ponto de vista. Hoje não mais. Agora cada um fundou a sua igreja. É cada um no seu quadrado, fazendo críticas e acusações sérias entre si. No entanto, quando surgem as estatísticas, como em um passe de mágica, todos voltam a ser “Povo de DEUS”, “raça eleita” e “Irmãos em Cristo.”

Como isto é possível, a não ser pelo fato de que o protestante crê na salvação pelo rótulo?

Ora, entre os 22% de evangélicos espalhados pelo país estão aqueles que pertencem à denominação cujo líder é favorável ao aborto. Encontram-se dentro deste percentual também aqueles que acreditam que o Papa João Paulo II era a besta do apocalipse. Erraram feio, mas ainda que sejam falsos profetas continuam sendo respeitados, com pessoas parando para escutar o que esses falsos “ungidos” pregam.

Dentro desse percentual encontram-se ainda aqueles que integram a denominação que defende a heresia de Ário. Encontram-se ainda os praticantes do evangelho judaizante, os defensores do casamento entre pessoas do mesmo sexo, os defensores do divórcio e aqueles que pregam a teologia da prosperidade… 


A estes grupos acrescentamos os “sem igreja”, os defensores da “teologia da determinação” e aqueles que praticam unção do cachorro, unção da vassoura, unção do helicóptero, unção do zoológico e unção da galinha, entre tantos outros grupos.

Que unidade "evangélica" é essa desse suposto “Povo de Deus”? Estariam todos “salvos”, sendo tão divergentes entre si?

Nestes 22% que se autodenominam “Povo de DEUS” estão aqueles que disseram que muitos dos cantores evangélicos são endemoniados. E curiosamente encontram-se também nos mesmos 22% os ditos endemoniados que, negando a acusação, dizem que seus algozes estão desesperados com a fuga de fiéis.

É incrível! Só no protestantismo tal ocorrência é possível. Integram o grupo dos “salvos” os acusados de terem demônios e seus acusadores. E todos se reconhecem como “irmãos em Cristo”. Vamos considerar a máxima: “Se todos estão salvos, o que lhes favorece tal condição, mesmo que sejam divergentes entre si, e mesmo que uns acusem outros de heresias”?

A primeira coisa a considerarmos é que se todos acusam alguém no meio como hereges e todos são chamados de hereges em algum momento, podemos afirmar, categoricamente, que para o protestante heresia protestante não condena ninguém ao inferno.

Temos ainda no meio protestante quem goste da transferência de unção. Já tem doutrinador negando que Jesus Cristo é DEUS, mas apenas uma criação deste mesmo DEUS. Outros tantos praticam a doutrina que "determina" a vitória em nome de Jesus. Outros professam um Jesus patrocinador e adepto de dízimos no débito automático, um Jesus que assina diploma de dizimistas. Tem até Jesus operador de TV a cabo. Que horror! As opções são muitas no protestantismo. O que não falta ao protestante é criatividade. Tem “Jesus” para todos os gostos.  



Há também aqueles que praticam quebras de maldições e descarrego. Temos ainda a unção da lama ou do chifre. Temos Jesus protestante adepto de fogueiras santas e desafios financeiros. Tem a teologia da regressão ao útero materno. Diz o protestante: “Deve ser tremendoooooo!!!”.  Tem quem determina sua vitória e faça exigências a DEUS para que suas “necessidades” sejam atendidas (esse ganha em 99% das denominações protestantes). Tem até quem defenda que se deve tomar posição diante de DEUS. Não foi isto que Judas fez? Não foi ele que tomou posição diante do DEUS vivo?

Tem quem diz que DEUS irá restituir tudo que lhe foi tomado. Tomado por quem? DEUS está obrigado a restituir? Será que ele já não nos deu o bastante? Tem pregador com cobra enrolada no pescoço e tem quem batize em parque de diversões. Tem quem promova lutas para atrair público. Eu pensava que Jesus Cristo já era motivo mais do que suficiente para atrair as pessoas. 

Edir Macedo para fiel supostamente possuída pelo demônio:  “É você que tem tirado os pastores da Universal?”
Fiel:  “Eu me sinto bem no meu trono (na Igreja Mundial). Eu curo todo mundo.”
Edir Macedo:  “Quer dizer, demônio, que  você faz a festa lá no Valdemiro?”
Edir Macedo para fiel supostamente possuída pelo demônio:  “É você que tem tirado os pastores da Universal?”
Fiel:  “Eu me sinto bem no meu trono (na Igreja Mundial). Eu curo todo mundo.”
Edir Macedo:  “Quer dizer, demônio, que  você faz a festa lá no Valdemiro?”

E todos são “irmãos em Cristo”, todos engrossam o “Povo de DEUS”, todos aparecem nas estatísticas como 22% da população brasileira e todos, sem exceção, vibram com a possibilidade de chegarem aos 50% em 2040. Ou seja, ELES entram em guerras e depois para dizer que estão CRESCENDO se "unem". Em outras palavras, no meio protestante, quem não pratica tais doutrinas se faz cúmplice de tais obras, ao assumir a condição de religião única evangélica ou quando se declara “irmão em Cristo” de um daqueles.

Todos os protestantes creem da mesma forma? 

Definitivamente não. Um só DEUS. No protestantismo cada denominação ou cada cabeça cria seu próprio “deus” moldado conforme as necessidades pessoais. Basta fazer uma breve consulta em suas doutrinas e ensinamentos. Isso fez com que várias igrejas protestantes surgissem após a reforma criada por Martinho Lutero, no século XVI. Na época de Lutero, teve fundador de igreja protestante na Europa que chegou a matar várias de suas esposas. 

O que diz a bíblia sobre as igrejas?


Muitas pessoas costumam falar que "não importa a igreja que você segue, a denominação que você professa, o que vale é a sua fé e aceitar Jesus". Esta é uma afirmação enganosa. Foi Jesus Cristo, o Filho de Deus, quem instituiu uma ÚNICA Igreja:

"Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16,18)

Ou seja, Cristo fundou a Igreja e confiou ao apóstolo Pedro a missão de guiá-la. Pedro recebeu de Jesus as chaves do Reino. Passados 2000 anos, a Igreja Católica tem como seu líder o papa, Vigário de Cristo, sucessor de Pedro, e é a única instituição cristã que mantém uma sucessão apostólica ininterrupta. O cristão que professa a sua fé deve vivenciar na prática os ensinamentos de Deus, da Igreja e celebrar os 7 sacramentos bíblicos (batismo, eucaristia, penitência, crisma, matrimônio, ordem e unção dos enfermos). Assim, o cristão viverá em perfeita comunhão com Cristo.

A queda dos Católicos. Como encarar? 



(Gráfico utilizado pelo programa Fantástico, da TV Globo - 28/07/2013)

Podemos notar algo muito diferente entre Católicos e protestantes, além das divergências doutrinárias. O Católico é unido, mas o protestante nem tanto. Vejam bem, dentro da Igreja Católica existem várias pastorais, vários movimentos. Existem o grupo de fiéis conservadores, que participam da Santa Missa Tridentina, realizam procissões, terços antes da Missa. E na mesma Igreja temos a Renovação Carismática Católica, e o mais importante é que todos estão em perfeita comunhão, em unidade com a Santa Sé. Todos estes movimentos e pastorais estão, de certa forma, unidos e fazem parte de alguma diocese ou prelazia, guiados por um bispo diocesano, que por sua vez presta esclarecimentos ao bispo de Roma, ao Papa. Mesmo diante desta unidade, é inegável reconhecer que a Igreja perdeu uma parcela de fiéis. Ou talvez não. 


O professor de teologia da PUC-SP Mário Sérgio Cortella, avalia que houve uma reacomodação dos católicos nesses últimos anos em outras religiões. Na Europa, diz ele, a diminuição do número de católicos é significativa. Já na América Latina e Brasil, apesar da queda, há um aumento do cristianismo. "Especialmente no Brasil, a redução do número de fiéis tem que ser acompanhado junto com a diminuição das pessoas que não se sentem mais constrangidas em dizer que não são católicas. O mercado religioso no Brasil hoje é muito grande", diz". 

Em uma entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, o Papa Francisco levantou uma hipótese acerca desta realidade. Veja o que o Santo Padre disse: 



Não saberia explicar esse fenômeno. Vou levantar uma hipótese. Pra mim é fundamental a proximidade da Igreja. Porque a Igreja é mãe, e nem você nem eu conhecemos uma mãe por correspondência. A mãe... dá carinho, toca, beija, ama. Quando a Igreja, ocupada com mil coisas, se descuida dessa proximidade, se descuida disso e só se comunica com documentos, é como uma mãe que se comunica com seu filho por carta. Não sei se foi isso o que aconteceu no Brasil. Não sei, mas sei que em alguns lugares da Argentina que conheço isso aconteceu.”

A Igreja Católica no mundo 


A Igreja Católica cresce no mundo, sobretudo na África e Ásia, enquanto a Europa continua registrando sinais negativos: esse é o dado que se constata no Anuário Pontifício 2013, apresentado ao Papa na manhã de segunda-feira,13 de junho, pelo cardeal Secretário de Estado, Tarcisio Bertone, e pelo substituto dos Assuntos Gerais, dom Angelo Becciu.

A redação do novo Anuário foi feita sob os cuidados do encarregado do Setor Central de Estatística da Igreja, Mons. Vittorio Formenti, do Dr. Enrico Nenna e colaboradores. Nesse contexto foi também apresentado o Annuarium Statisticum Ecclesiae 2011, produzido sob os cuidados do referido Setor vaticano. 


O Papa Francisco agradeceu pelo volume a ele presenteado mostrando interesse pelos dados ilustrados e expressando gratidão a todos aqueles que colaboraram na nova edição dos dois anuários.

Observa-se que no Anuário Pontifício 2013 se encontra duas vezes o nome Bento XVI: a primeira na série dos Sumo Pontífices, a segunda na página dedicada à Diocese de Roma, Sé do Vigário de Cristo, na qual é definido Sumo Pontífice emérito.

Os católicos no mundo são 1 bilhão e 214 milhões (os dados referem-se a 2011); em 2010 eram 1 bilhão e 196 milhões. Portanto, houve um aumento relativo de 1,5%, e como esse crescimento resulta pouco superior ao da população mundial (1,23%), a presença dos católicos no mundo resulta substancialmente invariável (17,5%).

A análise territorial das variações no biênio mostra um aumento de 4,3 de católicos na África, que teve um crescimento populacional de 2,3%. Também no continente asiático foi registrado um aumento de católicos superior ao da população (2,0% contra 1,2%). Na América e na Europa verifica-se um gradual crescimento dos católicos e da população (0,3%).

Em 2011 o total dos católicos batizados é distribuído por continente da seguinte forma: 16,0% na África; 48,8% na América; 10,9% na Ásia; 23,5% na Europa e 0,8% na Oceania.

O número de bispos no mundo passou – de 2010 a 2011 – de 5.104 para 5.132, com um aumento de 0,55%. O incremento disse respeito, particularmente, à Oceania (+4,6%) e à África (+1,0%), enquanto a Ásia e a Europa se colocam pouco acima da média mundial. A América não registrou variações.

Diante de tais dinâmicas diferenciadas, todavia, a distribuição dos bispos por continente permaneceu substancialmente estável no último biênio 2010 - 2011, com América e Europa que, sozinhas, continuam representando quase 70% do total.

A presença dos sacerdotes – diocesanos e religiosos – no mundo aumentou no tempo, passando na última década dos 405.067 (31 de dezembro de 2001) para 413.418 (31 de dezembro de 2011), registrando um incremento de 2,1%.

Todavia, tal evolução não foi homogênea nas diferentes áreas geográficas. A dinâmica do número dos presbíteros na África e na Ásia resulta bastante confortadora, com + 39,5% e + 32,0% respectivamente (e com um incremento de mais de 3 mil unidades, para os dois continentes, somente em 2011); enquanto na América se mantém estacionária em torno de uma média de 122 mil unidades.

Contracorrente em relação à média mundial, a Europa registrou no mesmo período (2001 – 2011) uma diminuição de mais de 9% de presbíteros.

Por sua vez, os diáconos permanentes estão em forte expansão tanto em nível mundial quanto em cada continente, passando, ao todo, de mais de 29.000 em 2001 para 41.000 em 2011, com uma variação superior a 40%.

Europa e América registram tanto a consistência numérica mais significativa, quanto a tendência de crescimento maior.

De fato, os diáconos europeus, pouco mais de 9 mil em 2001, eram quase 14 mil em 2011, com um incremento de mais de 43%. Na América, de 19.100 em 2001 passaram para mais de 26.000 em 2011.

Estes dois continentes representam, sozinhos, 97,4% da consistência global, com o restante 2,6% subdividido entre África, Ásia e Oceania.

O grupo dos religiosos professos não sacerdotes consolidou-se no mesmo período, posicionando-se em pouco mais de 55 mil unidades em 2011.

Na África e na Ásia observam-se variações de +18,5% e de +44,9%, respectivamente. Em 2011 estes dois continentes representavam, ao todo, uma cota de mais de 36% do total (eram menos de 28% em 2001).

Inversamente, o grupo constituído por Europa (com variação de -18%), América (-3,6%) e Oceania (-21,9%) registrou redução de quase 8 pontos percentuais entre 2001 e 2011.

No que tange às religiosas professas observa-se uma dinâmica fortemente decrescente, com uma contração de 10% no período de 2001 a 2011.

Efetivamente, o número total de religiosas professas passou de mais de 792 mil unidades em 2001 para pouco mais de 713 mil dez anos depois. A queda concerne a três continentes (Europa, América e Oceania), com variações também relevantes (-22% na Europa, -21% na Oceania e -17% na América).

Na África e Ásia, ao invés, o incremento foi decididamente constante, superior a 28% no primeiro continente, e superior a 18% no segundo. Consequentemente, a fração das religiosas professas na África e Ásia no total mundial passou de 24,4% para 33%, em detrimento da Europa e da América, cuja incidência se reduziu, no conjunto, de 74% para 66%.

Os candidatos ao sacerdócio no mundo – diocesanos e religiosos – passaram de 112.244 em 2001 para 120.616 em 2011, com um incremento de 7,5%. O crescimento foi muito diferente nos vários continentes.

De fato, enquanto a África (+30,9%) e Ásia (+29,4%) mostraram dinâmicas evolutivas consistentes, a Europa e América registram uma contração de 21,7% e de 1,9%, respectivamente.

Consequentemente, observa-se um redimensionamento da contribuição do continente europeu para o crescimento potencial da renovação do quadro de sacerdotes, com uma cota que passa de 23,1% para 16,8%, frente a uma expansão dos continentes africano e asiático.

Durante 2012 e até a eleição do Papa Francisco foram criadas 11 Sedes Episcopais, 2 Ordinariatos Pessoais, 1 Vicariato Apostólico e 1 Prefeitura Apostólica; 1 Prelazia Territorial foi elevada a Diocese e 2 Exarcados Apostólicos foram elevadas a Eparquias.

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